sábado, 29 de dezembro de 2012
quarta-feira, 26 de dezembro de 2012
domingo, 23 de dezembro de 2012
sexta-feira, 21 de dezembro de 2012
quinta-feira, 20 de dezembro de 2012
O gato e a gota
O gato gosta
de ver a gota
da chuva que cai.
Mas se a gota
cai no seu pêlo,
o gato se arrepia
e mia e mia
de desgosto
da gota
da chuva que cai.
Elias José
O gato mansinho
O gatinho que mora
naquela mansão
é muito mansinho.
Quando ele descobre
novelos de lã
começa a novela:
um pássaro passa,
o gato se engata,
rola pela porta
mas não se comporta
e sobe na torre
que cheira a torresmo.
Ele logo desce
e por ser levado
toma o elevador,
faz um "o" do rabo
ao entrar na casa
pois tem rabanada
que faz o gatinho
soltar mil miados,
e pular na pia
todo arrepiado.
Rosa Clement
Gato e peixe
Meu gato se chama Peixe,
meu peixe se chama Gato.
Gato não gosta de Peixe,
mas Peixe gosta de Gato.
Peixe dorme num sapato,
não cabe mesmo num prato.
Gato só pensa em nadar,
nem vê o rato passar.
Sobe e desce sem ruído,
mostra sua cara no vidro.
Peixe não quer dormir,
vive no telhado a bulir.
Se encolhe todo de frio,
olhando a onda do rio.
Peixe faz uma cara feia,
e Gato some na areia!
Rosa Clement
El gato
Ven, bello gato, a mi alma amorosa;
guarda las garras de tu pata,
y hundirme déjame en tus bellos ojos,
mezclados de ágata y metal.
Cuando a gusto mis dedos acarician
tu cabeza y tu lomo elástico,
y mi mano se embriaga del placer
de palpar tu eléctrico cuerpo,
veo el fantasma de mi amor. Sus ojos,
cual los tuyos, amable fiera,
fríos, profundos, cortan como un dardo,
y, de los pies a la cabeza,
aire sutil o aroma peligroso,
nadan en torno al cuerpo bruno.
Charles Baudelaire
O nome dos gatos
Dar nome aos gatos é um assunto traiçoeiro,
E não um jogo que entretenha os indolentes;
Pode julgar-me louco como o chapeleiro,
Mas a um gato se dá três nomes diferentes.
Primeiro, o nome por que o chamam diariamente,
Como Pedro, Augusto, Belarmino ou Tomás
Como Victor ou Jonas, Jorge ou Clemente
- Enfim nomes discretos e bastante usuais.
Há mesmo os que supomos soar com som mais brando,
Uns para damas, outro para cavalheiros,
Como Platão, Admetus, Electra, Demétrio
Mas são todos discretos e assaz corriqueiros
Mas a um gato cabe dar um nome especial
Um que lhe seja próprio e menos correntio:
Se não como manter a cauda em vertical,
Distender os bigodes e afagar o brio?
Dos nomes desta espécie é bem restrito o quorum,
Como Quaxo, Munkunstrap ou Coricopato,
Como Bombalurina, ou mesmo Jellylorum...
Nomes que nunca pertencem a mais de um gato.
Mas, acima e além, há um nome que ainda resta,
Este de que jamais ninguém cogitaria,
O nome que nenhuma ciência exata atesta
Somente o gato sabe, mas nunca o pronuncia.
Se um gato surpreenderes com ar meditabundo,
Saibas a origem do deleite que o consome:
Sua mente se entrega ao êxtase profundo
De pensar, de pensar, de pensar em seu nome:
Seu inefável afável
Inefanefável
Abismal, inviolável e singelo Nome.
T.S.Eliot
A um gato
Não são mais silenciosos os espelhos
Nem mais furtiva a aurora aventureira;
Tu és, sob a lua, essa pantera,
Que divisam ao longe nossos olhos.
Por obra indecifrável de um decreto
Divino, buscamo-te inutilmente;
Mais remoto que o Ganges e o poente,
Tua é a solidão, teu o segredo.
Teu dorso condescende à morosa
Carícia de minha mão. Sem um ruído,
Da eternidade que ora é olvido,
Aceitaste o amor dessa mão receosa.
Em outro tempo estás. Tu és o dono
De um espaço cerrado como um sonho.
Jorge Luis Borges
quarta-feira, 19 de dezembro de 2012
Os Gatos
Apaixonados fervorosos e sábios solitários
Amam da mesma forma, ao chegar a maturidade
Gatos fortes e suaves, sua ultima felicidade,
Que como ele eles são friorentos e sedentários.
Esses amigos da volúpia e da ciência
Buscam o silencio e o horror dos comentários;
O Erebo os teria por seus fúnebres emissários
Se fizessem do orgulho subserviência
Adotam enquanto pensam nobre atitudes
Grandes esfinges no fundo sem virtudes
Dormindo num sonho que nunca termina;
Seus rins fecundos, de fagulhas mágicas,
De partículas de ouro e de areia fina,
Estrelam vagamente suas pupilas trágicas.
Charles Baudelaire
terça-feira, 18 de dezembro de 2012
O ronron do gatinho
O gato é uma maquininha
que a natureza inventou;
tem pêlo, bigode, unhas
e dentro tem um motor.
Mas um motor diferente
desses que tem nos bonecos
porque o motor do gato
não é um motor elétrico.
É um motor afetivo
que bate em seu coração
por isso faz ronron
para mostrar gratidão.
No passado se dizia
que esse ronron tão doce
era causa de alergia
pra quem sofria de tosse.
Tudo bobagem, despeito,
calúnias contra o bichinho:
esse ronron em seu peito
não é doença - é carinho.
O ronron do gatinho Interpretado por Adriana Calcanhoto:
Gato pensa?
Dizem que gato não pensa
Mas é difícil de crer.
Já que ele também não fala
Como é que se vai saber?
A verdade é que o Gatinho,
Quando mija na almofada,
Vai depressa se esconder:
Sabe que fez coisa errada.
E se a comida está quente,
Ele, antes de comer,
Muito calculadamente,
Toca com a pata pra ver.
Só quando a temperatura
Da comida está normal,
Vem ele e come afinal.
E você pode explicar
Como é que ele sabia
Que ela ia esfriar?
Ferreira Gullar
“…Ele fixaria em Deus aquele olhar de esmeralda diluída, uma leve poeira de ouro no fundo. E não obedeceria porque gato não obedece. Às vezes, quando a ordem coincide com sua vontade, ele atende mas sem a instintiva humildade do cachorro, o gato não é humilde, traz viva a memória da sua liberdade sem coleira. Despreza o poder porque despreza a servidão. Nem servo de Deus. Nem servo do Diabo.”
Lygia Fagundes Telles, em “A Disciplina do Amor”
"Caviloso. Essa palavra saiu da moda mas deveria ser reconduzida, não existe melhor definição para a alma do felino. E certas pessoas que falam pouco e olham. Olham. Cavilosidade sugere esconderijo, cave aquele recôncavo onde o vinho envelhece. Na cave o gato se esconde, ele sabe do perigo."
Lygia Fagundes Telles
"Um gato vive um pouco nas poltronas, no cimento ao sol, no telhado sob a lua. Vive também sobre a mesa do escritório, e o salto preciso que ele dá para atingi-la é mais do que impulso para a cultura. É o movimento civilizado de um organismo plenamente ajustado às leis físicas, e que não carece de suplemento de informação. Livros e papéis, beneficiam-se com a sua presteza austera. Mais do que a coruja, o gato é símbolo e guardião da vida intelectual."
Carlos Drummond de Andrade
segunda-feira, 17 de dezembro de 2012
“O gato é uma maquininha que a natureza inventou; tem pêlo, bigode, unhas e dentro tem um motor. Mas um motor diferente desses que tem nos bonecos porque o motor do gato não é um motor elétrico. É um motor afetivo que bate em seu coração por isso ele faz ronron para mostrar gratidão. No passado se dizia que esse ronron tão doce era causa de alergia pra quem sofria de tosse. Tudo bobagem, despeito, calúnias contra o bichinho: esse ronron em seu peito não é doença - é carinho.”
Ferreira Gullar
Gatos Mau Egípcios
É uma raça de origem Egípcia tal como o nome indica e é uma das raças mais escolhidas como animal de estimação. Diz-se ele descende do gato do deus Rá, devido a uma marca que costumam ter na cabeça assemelhando-se então a este gato.
Este é um gato muito energético e algo sensível para as coisas que o rodeiam. Se quisermos ensinar truques, ele irá aprender com muita facilidade.
Gatos Javanês
Esta raça provém da Grã-Bretanha e nasceu pois os
Britânicos queriam recriar uma outra raça, o Angorá. Foi então na década
de 70 que o Javanês foi concebido e logo a partir daí deliciou os seus
criadores e criou uma legião de fãs.
É um animal que dispõe das características típicas
de um gato do oriente, ou seja, é simpático e muito ágil,
característica da grande maioria dos gatos. Acaba por ter um
temperamento relativamente comum comparando com outros tipos de gatos.
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