segunda-feira, 12 de janeiro de 2015





Quando os gatos fazem massagem no dono, eles estão demonstrando carinho.  Apesar da maioria dos especialistas concordar que esse comportamento é positivo, existem diversas teorias com relação à origem do comportamento e o seu significado.

Massagear o dono é algo que traz conforto ao gato
Quando o gato era filhote, ele massageava a sua mãe enquanto mamava, de forma estimular a produção de leite.  Alguns especialistas acreditam que esse comportamento criou uma associação positiva no gato, principalmente de conforto, alimentação e proteção. 

Os gatos exalam cheiro por meio das glândulas presentes nas almofadas das suas patas. Com isso, quando eles massageiam os donos, alguns aromas são liberados e o cheiro novo faz com que eles queiram marcar território. Esse é um modo de o gato demonstrar sua importância na casa e afirmar que o dono é dele. Além disso, vem do instinto natural do gato querer amassar para, também, deixar o seu cheiro.

sábado, 10 de janeiro de 2015

O gato e o rato








Rato esperto, sempre almeja queijo Holandês!
Porém, na casa ao lado reside um gato siamês,
Gordo, de tanto comer a comida do Juarez,
Seu dono, desde quando nascera nesse mês.
Todavia o rato sempre engana o gato burguês,
E consegue na noite gatunar em mais uma vez...
A comida e o queijo do Juarez, não uma, mais três...
Três vezes, durante a noite chuvosa do dia seis.
Foi aí então que resolveu tomar medidas e atos!
Se Filipino, seu gato felino, não pegar o rato,
Terá que dormir em outra casa; ou morar no mato.
Mas o pobre gato de tão gordo e ainda celibato,
Não tinha meios de deter o rato, que de fato:
Convenceu o gato, a lhe dar queijo por um trato.


 Carlos Henrique

Gatos






Gatos dos quintais,
gatos dos portões,
gatos dos quartéis,
gatos das pensões.
Vêm da Índia, da Pérsia,
da Nínive, Alexandria.
Vêm do lado da noite,
do oiro e rosa do dia.
Gatos das duquesas,
gatos das meninas,
gatos das viúvas,
gatos das ruínas.
Gatos e gatos e gatos.
Arre, que já estamos fartos!

Eugénio de Andrade

Gato






falta-me um gato aqui em casa
falta-me um olhar no silêncio
um miar no vazio
falta-me poema com pelo
macio e ternurento
talvez me falte o cio
mas é de um gato que eu preciso!

Constantino Alves

Poemas com Gatos II






o rabo do gato desenha
letras árabes no mosaico da sala.
arranha o tapete de arraiolos,
rasga o jornal de letras
e um verso escapa-se pela janela entreaberta
uma pétala de violeta
é o tempo das violetas
fugiu para a janela da vizinha
um andar abaixo
talvez atraída pelo cisne de camille saint säens
no carnival des animaux
o gato enfurece-se com o silvo do vento
e quase me estraga o poema.
vale o método tradicional
um novelo de linha encanta o gato.
alguém pousa os lábios nos meus olhos.

José Félix

Poemas com Gatos I







falta-me um gato
para fazer festas às palavras.
algumas chegam entre mãos
na carícia breve da madrugada.
enquanto não parto para ítaca,
viajo, aguardo circe
que me transforme em felino agudo.
depois é só encostar-me às pernas
e fitar-me
eu, nariz aquilino, olhos rasgados em mim
na verticalidade da íris;
lamber os pelos, a pele,
arquear o corpo na languidez do gesto.
ficar à espera que a palavra cresça. 

José Félix

Se o poeta falar num gato (todos os poemas são de amor)







Se o poeta falar num gato, numa flor,
num vento que anda por descampados e desvios
e nunca chegou à cidade…
se falar numa esquina mal e mal iluminada…
numa antiga sacada… num jogo de dominó…
se falar naqueles obedientes soldadinhos de chumbo que morriam de verdade…
se falar na mão decepada no meio de uma escada
de caracol…
Se não falar em nada
e disser simplesmente tralalá… Que importa?
Todos os poemas são de amor!

( Mario Quintana )




de manhã: mia, mia, mia
só depois de comer,
mia um bom dia

Alonso Alvarez

segunda-feira, 5 de janeiro de 2015

Um gato chinês








Era uma vez
Um gato chinês
Que morava em Xangai
Sem mãe e sem pai
Que sorria amarelo
Para o rio Amarelo
Com seus olhos puxados
Um para cada lado
-
Era uma vez
Uma gato mais preto
Que tinta nanquim
De bigodes compridos
Feito mandarim
Que quando espirrava
Só fazia “chim”!

José Paulo Paes

Vida de gato






Os gatos estão brincando
Estão rolando no chão
Correm pra cá... correm pra lá
Derrubam um vaso, aqui
Um livro, acolá...
Embaraçam a lã do novelo
Do tricot da vovó...
Eles só falam com os olhos
O quanto amam a gente...
Sem muitas efusões...
Ternamente!
Os gatos estão brincando...
Felizes...
Porque comeram sardinha
Não são como os humanos
Que vivem se engalfinhando
E se apoquentando.
Vão levando sua vidinha
E amando...
Na maior tranquilidade!

Nair Lúcia de Britto

Gato ao crepúsculo






Poeminha de louvor ao pior inimigo do cão

Gato manso, branco,
Vadia pela casa,
Sensual, silencioso, sem função.
Gato raro, amarelado,
Feroz se o irritam,
Suficiente na caça à alimentação.
Gato preto, pressago,
Surgindo inesperado
Das esquinas da superstição.
Cai o sol sobre o mar.
E nas sombras de mais uma noite,
Enquanto no céu os aviões
Acendem experimentalmente suas luzes verde-vermelho-verde,
Terminam as diferenças raciais.
Da janela da tarde olho os banhistas tardos
Enquanto, junto ao muro do quintal,
Os gatos todos vão ficando pardos.

Millôr Fernandes

Os Gatos







O gato preto
Peludo chegou
Os pêlos limpou.
Miou e sondou:
— Onde está a gata?!
(ronronando no sofá).
Vou me enfeitar para ela.
Olhou-se no espelho:
— Que "gato"!!
Aproximou-se:
— Miaaauuu!!! Miaaauuu!!!
A gata gostou.
O gato preto... A gata branca...
Rolaram... Namoraram...
E... se cansaram.
Saíram na madrugada
À procura de comida
E... amigos!!!

Marinez Stringheta

O gato e o verso







Eu escrevo
ele descreve
piruetas,
carvão e neve
E quando encontro a rima
Lá vem o danado
em cima do meu teclado
Insistiu tanto o bichano
que conseguiu o que queria:
ser minha própria poesia!

Luiza Aparecida Mendo

Gato









Dois sentidos o protegem:
seus ouvidos de radar,
seus olhos de escuridão.
O mundo é uma passarela
e uma guerra provocada.
Incapaz de cativeiro,
a elegância natural
repele doma e domínio.
Preceitos: a liberdade
e um amor insubornável.
Com sete vidas o gato
confirma a ressurreição.
Cada vez que morre,o gato
vira tigre, mais selvagem.

Izacyl Guimarães Ferreira

O gato e o pássaro








Uma cidade escuta desolada
O canto de um pássaro ferido
É o único pássaro da cidade
E foi o único gato da cidade
Que o devorou pela metade
E o pássaro pára de cantar
O gato pára de ronronar
E de lamber o focinho
E a cidade prepara para o pássaro
Maravilhosos funerais
E o gato que foi convidado
Segue o caixãozinho de palha
Em que deitado está o pássaro morto
Levado por uma menina
Que não pára de chorar
Se soubesse que você ia sofrer tanto
Lhe diz o gato
Teria comido ele todinho
E depois teria te dito
Que tinha visto ele voar
Voar até o fim do mundo
Lá onde o longe é tão longe
Que de lá não se volta mais
Que você teria sofrido menos
Sentiria apenas tristeza e saudades
Não se deve deixar as coisas pela metade.

Jacques Prévert

Dois gatos






O gato que vira lixo
E o gato na almofada
São gatos os dois
Nunca
Um é gato na almofada
O outro é gato depois
Um é gato de dia
Nos pelos e nas preguiças
O outro vira lixo
Nas unhas e nas malícias
Um é gato de noite
E briga contra um Deus pardo
O outro na almofada
Ludibriando um Deus dono.

Helil Lourenço

O gato







O Gato, em si, o gato é
no espaço em que se vê
o gato que habita o gato
emoldurado pelos olhos
que decifram a forma gato
no gato objeto do poema;
o gato humano no beiral
da cama onde o gato é.
Ser gato é forma definida
ao gato, então perplexo, que, reflexos
de outros gatos, demonstra gatos
ao entendimento curioso
do gato ser.
Somos gatos ao gato é
assim como o gato não sabe
que é gato e por não ser gato
ao espaço dos meus olhos
que os vê no gato do poema
é concepção de forma
sem estrutura humana
ao beiral da cama
onde o gato é.

Flávio Rubens

O ronron do gatinho







O gato é uma maquininha
que a natureza inventou;
tem pêlo, bigode, unhas
e dentro tem um motor.
Mas um motor diferente
desses que tem nos bonecos
porque o motor do gato
não é um motor elétrico.
É um motor afetivo
que bate em seu coração
por isso faz ronron
para mostrar gratidão.
No passado se dizia
que esse ronron tão doce
era causa de alergia
pra quem sofria de tosse.
Tudo bobagem, despeito,
calúnias contra o bichinho:
esse ronron em seu peito
não é doença - é carinho.

Ferreira Gullar

Lições de um gato siamês






Só agora sei
que existe a eternidade:
é a duração
finita
da minha precariedade
O tempo fora
de mim
é relativo
mas não o tempo vivo:
esse é eterno
porque afetivo
— dura eternamente
enquanto vivo
E como não vivo
além do que vivo
não é
tempo relativo:
dura em si mesmo
eterno (e transitivo)

Ferreira Gullar

Dar nome aos gatos








O nome dos gatos é um assunto matreiro.
E não passatempo para entreter parentes:
Podem me achar doido igual a um chapeleiro.
Mas um Gato tem três nomes diferentes.
O primeiro é o nome que a família mais usa.
Como Pedro, Augusto, Estêvão, Oliveiros.
Como Vítor, Jorge, ou Jonas ou Fiúza...
Mas nomes nomes que são no entanto corriqueiros.
Outros há pomposos, que parecem mais chiques
Sejam para as damas ou para os cavalheiros:
Como Electra, Egeu, Inês, Afonso Henriques...
Mas nomes que são no fundo corriqueiros.
Ora afirmo: um gato apenas se completa
Com um nome que seja peculiar e distinto;
Como iria então manter a cauda ereta,
Erguer os bigodes e acalentar o instinto?
Dos nomes da espécie, a lista é pequenina:
Como Munkustrap, Quaxó, Coricopato,
E Ágata talvez, talvez Bombalurina...
Nome que se aplica apenas a um só gato.
Mas acima e além, um nome se exorciza,
Esse que jamais nos viria à cabeça,
Procurando em vão pela humana pesquisa...
Só o gato sabe, mas a ninguém confessa.
Se vires um gato em profundo mutismo,
Saibas a razão que o tempo lhe consome:
Sua mente paira a divagar no abismo
E ele pensa, e pensa, e pena no seu nome:
No inefável afável
Inefanifável
Fundo e inescrutável sentido de seu Nome.
T. S. Eliot
(Trad. Ivo Barroso)

O gato







O gato é secreto.
Tece com calma o mistério do mundo.
O gato é elétrico.
Pura energia a percorrer a espinha.
O gato é orgulho.
Sem humildade, jamais se entrega.
O gato é desejo.
Atração pela lua e telhados.
O gato é sagrado.
Olho no olho que brilha.
Um susto.
Parece que vemos Deus.

Donizete Galvão

O gato tranqüilo








Ei-lo, quieto, a cismar, como em grave sigilo,
vendo tudo através a cor verde dos olhos,
onça que não cresceu, hoje é um gato tranquilo.
A sua vida é um "manso lago", sem escolhos...
Não ama a lua, nem telhado a velho estilo.
De uma rica almofada entre os suaves refolhos,
prefere ronronar, em gracioso cochilo,
vendo tudo através a cor verde dos olhos.
Poderia ser mau, fosforescente espanto,
pequenino terror dos pássaros; no entanto,
se fez um professor de silêncio e virtude.
Gato que sonha assim, se algum dia o entenderdes,
vereis quanto é feliz uma alma que se ilude,
e olha a vida através a cor de uns olhos verdes.

Cassiano Ricardo

Poema para gatos






Silêncio,
eis a tarefa
de todos os gatos.
Poucos sabem perscrutar
(talvez ninguém em plenitude)
o grau de solidão necessária
ao saber auto suficiente
para ser felino e doméstico
em sua tarefa de monge
guardião do inextricável
em quem o homem não percebe
a metafísica natural,
recolhimento
saber
sensualidade
e aceitação.

Artur da Távola

O gato


 




nunca é o gato
mas a ausência
domesticada
vê-se bem
felinamente
que de abstrato
só tem o dono
seu fruto/furto
maduro ou podre
é o salto
que interna-se
no próprio gato

André Ricardo Aguiar





Os gatos apreciam o silêncio, a ordem e a calma e nenhum lugar lhes convém mais do que o escritório do literato"
T. Gauthier




O gato não pede amor. Nem depende dele. Mas, quando o sente, é capaz de amar muito. Um gato é um italiano educado na Inglaterra. Sente como um italiano mas se comporta como um lorde inglês.

Artur da Távola





Quando o gato faz as pazes com o rato, quem sai perdendo é o dono do armazém.

provérbio libanês




O gato enxerga no escuro, porque tem olhos de eternidade.
Rafael Silva Aguado





Para caçar ratos, o gato esconde as unhas.
Provérbio japonês

O gato





Gato que brincas na rua
como se brincasses na cama
Invejo a sorte que é tua,
Porque nem sorte se chama.
Bom servo das leis fatais,
Que reje pedras e gentes,
Que tens instintos gerais
E sentes só o que sentes;
És feliz porque és assim,
Todo o nada que és é teu;
Eu vejo-me, e estou sem mim;
Conheço-me, e não sou eu.

Fernando Pessoa





"Gatos, pureza e simplicidade vindas da alma."

Amara Antara





“A companhia de um gato nos inspira a meditação e ao recolhimento interno. Silêncio e paz é disso que a humanidade precisa.”

Amara Antara





Gatos são pessoas misteriosas. Há mais coisas passando naquelas mentes do que nós podemos imaginar.
Sir Walter Scot




Gatos não morrem: mais preciso - se somem - é dizer que foram rasgar sofás no paraíso e dormirão lá , depois do ônus de sete bem vividas vidas , seus setes merecidos sonos .

Nelson Ascher

quinta-feira, 1 de janeiro de 2015







Gatos são pessoas misteriosas. Há mais coisas passando naquelas mentes do que nós podemos imaginar. 

 Sir Walter Scot