sábado, 19 de setembro de 2015
terça-feira, 8 de setembro de 2015
quinta-feira, 3 de setembro de 2015
Gosto de gatos e pronto!
Gosto de gatos, e pronto!
Gosto deles brancos, azuis, listados,
Tartaruga, laranja, ou malhados,...
Siameses, persas, noruegueses,
Rafeiros, europeus ou balineses…
Gosto de gatos, e pronto!
Gosto deles bem peludos,
Encantam-me os de pelo raso,
Gosto mesmo dos sisudos,
Mas são raros, um mero acaso.
Aprecio o seu andar,
Elástico e ondulante,
Muito fluido e provocante,
Exibem-se ao caminhar.
São donos do seu nariz,
Nunca se deixam comprar,
São dóceis, mas não servis,
Sabem deixar-se adorar!
São companhias incríveis,
São amigos assombrosos,
Possuem-nos, são terríveis,
Adoráveis e ardilosos…
Gosto de gatos, e pronto!
Sabem-se insinuar
Tornam-se os nossos amos,
Mas acham prazer em gostar
Daquilo que nós gostamos.
E é assim que nós vemos
Gatos poetas, cantores,
Gatos que pintam e, sabemos,
Gatos que sofrem de amores!
Gosto de gatos, e pronto!
Gosto deles brancos, azuis, listados,
Tartaruga, laranja, ou malhados,...
Siameses, persas, noruegueses,
Rafeiros, europeus ou balineses…
Gosto de gatos, e pronto!
Gosto deles bem peludos,
Encantam-me os de pelo raso,
Gosto mesmo dos sisudos,
Mas são raros, um mero acaso.
Aprecio o seu andar,
Elástico e ondulante,
Muito fluido e provocante,
Exibem-se ao caminhar.
São donos do seu nariz,
Nunca se deixam comprar,
São dóceis, mas não servis,
Sabem deixar-se adorar!
São companhias incríveis,
São amigos assombrosos,
Possuem-nos, são terríveis,
Adoráveis e ardilosos…
Gosto de gatos, e pronto!
Sabem-se insinuar
Tornam-se os nossos amos,
Mas acham prazer em gostar
Daquilo que nós gostamos.
E é assim que nós vemos
Gatos poetas, cantores,
Gatos que pintam e, sabemos,
Gatos que sofrem de amores!
Gosto de gatos, e pronto!
Celeste Pereira
Entre gatos e passarinhos
De cima de um muro alto
espiava um gatinho.
Torcia o bigode, curioso,
mexia, nervoso, o focinho,
tentando chegar mais perto
do galhinho de uma árvore
onde estava um passarinho.
espiava um gatinho.
Torcia o bigode, curioso,
mexia, nervoso, o focinho,
tentando chegar mais perto
do galhinho de uma árvore
onde estava um passarinho.
O gatinho, esfomeado,
olhou, mediu com cuidado
a distância que havia
entre ele e o passarinho,
e deu um salto arriscado
pra apanhar o coitadinho...
olhou, mediu com cuidado
a distância que havia
entre ele e o passarinho,
e deu um salto arriscado
pra apanhar o coitadinho...
Mas passarinho tem asa
e esperteza também!
Voou rápido, o bichinho
(meio surpreso e assustado)
e pra não virar comida
fugiu pra árvore ao lado.
e esperteza também!
Voou rápido, o bichinho
(meio surpreso e assustado)
e pra não virar comida
fugiu pra árvore ao lado.
O gato, desajeitado,
ficou roxo de vergonha
(e esfolado também!)
Errou o pulo, o coitado,
ficou num galho enroscado
e não almoçou ninguém!
ficou roxo de vergonha
(e esfolado também!)
Errou o pulo, o coitado,
ficou num galho enroscado
e não almoçou ninguém!
“Um dia ainda te pego”,
miau-miou o gatinho.
“Vai ter que ser mais esperto”
piu-piu riu o passarinho.
Deixou o gato miando,
bateu as asas, cantando
e foi fazer outro ninho.
miau-miou o gatinho.
“Vai ter que ser mais esperto”
piu-piu riu o passarinho.
Deixou o gato miando,
bateu as asas, cantando
e foi fazer outro ninho.
Helena Chiarello
A estrela
Gatinho, meu amigo,
fazes ideia do que seja uma estrela?
Dizem que todo este nosso imenso planeta
coberto de oceanos e montanhas
é menos que um grão de poeiras
e comparado a uma delas
Estrelas são explosões nucleares em cadeia
numa sucessão que dura bilhões de anos
fazes ideia do que seja uma estrela?
Dizem que todo este nosso imenso planeta
coberto de oceanos e montanhas
é menos que um grão de poeiras
e comparado a uma delas
Estrelas são explosões nucleares em cadeia
numa sucessão que dura bilhões de anos
O mesmo que a eternidade
Não obstante, Gatinho, confesso
que pouco me importa
quanto dura uma estrela
Importa-me quanto duras tu
,querido amigo,
e esses teus olhos azul-safira
com que me fitas.
Não obstante, Gatinho, confesso
que pouco me importa
quanto dura uma estrela
Importa-me quanto duras tu
,querido amigo,
e esses teus olhos azul-safira
com que me fitas.
Ferreira Gullar
O gatinho nasceu medroso
O gatinho nasceu medroso
Sentia dos cães e até dos ratos
Mas também era muito manhoso
Escondia medo e que aparatos
Sentia dos cães e até dos ratos
Mas também era muito manhoso
Escondia medo e que aparatos
Eriçava os pelos aos saltos
Depois dormia era tão ocioso
O gatinho nasceu medroso
Sentia dos cães e até dos ratos
Depois dormia era tão ocioso
O gatinho nasceu medroso
Sentia dos cães e até dos ratos
Por arte parecia brioso
E terror dava aos pobres ratos
Sabia o ratinho curioso…
Estudou o gatinho aos saltos
O gatinho nasceu medroso
E terror dava aos pobres ratos
Sabia o ratinho curioso…
Estudou o gatinho aos saltos
O gatinho nasceu medroso
João Pereira Correia Furtado
Gatinho dengoso
Tenho em minha casa um gatinho
dotado de inteligência e astúcia,
é fofo, bonito e bem branquinho
o bicho parece que é de pelúcia.
dotado de inteligência e astúcia,
é fofo, bonito e bem branquinho
o bicho parece que é de pelúcia.
Tem um estranho modo de agir
em passatempo nunca se defasa,
o danado agora para se divertir
trás ratos para dentro de casa.
em passatempo nunca se defasa,
o danado agora para se divertir
trás ratos para dentro de casa.
Preciso acabar com essa mania
aqui não e um parque de diversão,
ou o seu brinquedo de todo dia
acabará virando uma refeição.
aqui não e um parque de diversão,
ou o seu brinquedo de todo dia
acabará virando uma refeição.
Ele que vá brincar no mato
por aqui não vou mais aceitar,
se aqui em casa ver algum rato
numa lata dágua ele vai miar.
por aqui não vou mais aceitar,
se aqui em casa ver algum rato
numa lata dágua ele vai miar.
Mas hoje, encontrei a solução
para meu companheiro fantástico,
agora ele está na maior diversão
com o seu camundongo de plástico.
para meu companheiro fantástico,
agora ele está na maior diversão
com o seu camundongo de plástico.
Gil de Olive
A um gato
Não são mais silenciosos os espelhos,
nem mais furtiva a alma aventureira;
és, sob a lua, essa pantera
que nos é permitido avistar de longe.
Por obra indecifrável de um decreto
divino, te procuramos em vão;
mais remoto que o Ganges e o poente,
tua é a solidão, teu o segredo.
Tuas costas aceitam a amorosa
carícia de minha mão. Hás admitido,
desde essa eternidade que já é esquecimento,
o amor da mão receosa.
Em outro tempo estás. És o dono
de um recinto fechado como um sonho.
nem mais furtiva a alma aventureira;
és, sob a lua, essa pantera
que nos é permitido avistar de longe.
Por obra indecifrável de um decreto
divino, te procuramos em vão;
mais remoto que o Ganges e o poente,
tua é a solidão, teu o segredo.
Tuas costas aceitam a amorosa
carícia de minha mão. Hás admitido,
desde essa eternidade que já é esquecimento,
o amor da mão receosa.
Em outro tempo estás. És o dono
de um recinto fechado como um sonho.
Jorge Luis Borges
Filosofia de gato
Enroscado na alcova o gato teve um sobressalto.
Molengão, espetou as orelhas e olhou desconfiado.
Depois de lamber as patas
limpou com elas o focinho,
mais os dez pelos hirsutos do bigode.
Molengão, espetou as orelhas e olhou desconfiado.
Depois de lamber as patas
limpou com elas o focinho,
mais os dez pelos hirsutos do bigode.
Não era nada de cuidados.
Quando os cães ladram
miam os gatos mais assustadiços.
E ele não miou.
miam os gatos mais assustadiços.
E ele não miou.
Cão que ladra não morde, diria o gato.
E ele não disse.
E ele não disse.
Gato que mia quer festas, diria cão.
E ele não quis.
E ele não quis.
Cristina Norkevicius
Gata de estimação
Minha presença sente
um olho entreabre
azul azinhavre
indiferente.
um olho entreabre
azul azinhavre
indiferente.
Na almofada
reclinada
melhor se ajeita
e me espreita.
reclinada
melhor se ajeita
e me espreita.
Afogo o enfado
ante a beleza da cena.
Rendo-me à sua teima
minha ternura extravaso
no achego, no afago.
ante a beleza da cena.
Rendo-me à sua teima
minha ternura extravaso
no achego, no afago.
Sou seu vassalo – ela reina.
Cristina Norkevicius
A minha gata
A minha gata feita
de pelo e de preguiça
ronrona satisfeita
e às vezes se espreguiça.
Seu pelo é muito preto,
seu passo é muito leve,
seu pulo é tão quieto
quanto o cair da neve.
Nobreza não lhe falta
no jeito aristocrata,
sua linhagem alta
se chama vira-lata.
De dia, no seu canto,
diverte-se sozinha
tomando sol enquanto
mastiga uma sardinha.
À noite, paciente,
embosca a sua presa
que, quando nem pressente,
é pega de surpresa.
Possui um fino olfato
de caçadora inata
que, se não acha rato,
persegue até barata.
Com garras afiadas
retalha em mil fatias
após suas caçadas
as presas arredias.
A minha gata feita
de pelo e de preguiça
ronrona satisfeita
e às vezes se espreguiça.
de pelo e de preguiça
ronrona satisfeita
e às vezes se espreguiça.
Seu pelo é muito preto,
seu passo é muito leve,
seu pulo é tão quieto
quanto o cair da neve.
Nobreza não lhe falta
no jeito aristocrata,
sua linhagem alta
se chama vira-lata.
De dia, no seu canto,
diverte-se sozinha
tomando sol enquanto
mastiga uma sardinha.
À noite, paciente,
embosca a sua presa
que, quando nem pressente,
é pega de surpresa.
Possui um fino olfato
de caçadora inata
que, se não acha rato,
persegue até barata.
Com garras afiadas
retalha em mil fatias
após suas caçadas
as presas arredias.
A minha gata feita
de pelo e de preguiça
ronrona satisfeita
e às vezes se espreguiça.
Nelson Ascher
Gato
Perdi meu gato
sem lembrar-me
do último toque em seu pelo,
do último miado,
do último ronronar,
do último ato
de despedida.
sem lembrar-me
do último toque em seu pelo,
do último miado,
do último ronronar,
do último ato
de despedida.
Perdi meu gato,
não o verei jamais
no tapete,
ao pé da cama,
defronte a geladeira.
Somente um retrato
sobrou após a partida.
não o verei jamais
no tapete,
ao pé da cama,
defronte a geladeira.
Somente um retrato
sobrou após a partida.
Perdi meu gato
que era sujo,
pestilento,
preguiçoso,
namorador barulhento,
sempre enfiado no mato
e insaciável por comida.
que era sujo,
pestilento,
preguiçoso,
namorador barulhento,
sempre enfiado no mato
e insaciável por comida.
Perdi meu gato
e o fato da sua ausência
sem a devida despedida
é insuportável.
Sofro perda de sete vidas
de um animal cujo fado
fez-me refletir sobre o meu.
e o fato da sua ausência
sem a devida despedida
é insuportável.
Sofro perda de sete vidas
de um animal cujo fado
fez-me refletir sobre o meu.
Antônio Carlos Tórtoro
O Gato Curioso
Era uma vez
um gato siamês.
um gato siamês.
Por ser muito engraçadinho,
é chamado de Gatinho.
é chamado de Gatinho.
Além de carinhoso,
ele é muito curioso.
ele é muito curioso.
Nada se pode fazer
que ele não deseje ver.
que ele não deseje ver.
Se alguém mexe na estante,
está lá no mesmo instante.
está lá no mesmo instante.
se vão consertar a pia,
está ele lá de vigia.
está ele lá de vigia.
E o resultado é que quando
viu seu dono consertando
a tomada da parede,
meteu-se com tanta sede,
a cheirar tudo que... nhoque!
levou um baita de um choque!
viu seu dono consertando
a tomada da parede,
meteu-se com tanta sede,
a cheirar tudo que... nhoque!
levou um baita de um choque!
E pensar que ele aprendeu?
Mais fácil aprendia eu!
Mais fácil aprendia eu!
Mantém-se o mesmo abelhudo
que quer dar conta de tudo.
que quer dar conta de tudo.
Ferreira Gullar
Nos Olhos...
Nos olhos de meu gato
Há imagens que esperam...
Há sonhos que não desvendo,
Amores que não entendo,
Encantos tantos,
Quantos!
Há imagens que esperam...
Há sonhos que não desvendo,
Amores que não entendo,
Encantos tantos,
Quantos!
Nos olhos de meu gato
Tem mistério que não tem fim,
Tem solidão,
Agonia, poesia,
Tristeza enfim...
Tem mistério que não tem fim,
Tem solidão,
Agonia, poesia,
Tristeza enfim...
Nos olhos de meu gato
O sonho se separa,
A fantasia grita,
A vida se agita,
O mundo pára...
O sonho se separa,
A fantasia grita,
A vida se agita,
O mundo pára...
Nos olhos de meu gato
Eu vi...
Só eu vi...
Eu vi...
Só eu vi...
Nos olhos de meu gato...
Cida Sousa
terça-feira, 1 de setembro de 2015
Cadê o gato?
Cadê o gato?
Cadê o gatinho?
Ele gosta de carinho,
ele gosta de correr
e assustar os passarinhos.
Cadê o gatinho?
Ele gosta de carinho,
ele gosta de correr
e assustar os passarinhos.
Cadê o gato?
Cadê o gatinho?
O gato Freddi não gosta
de ficar em casa sozinho,
ele prefere o quintal
para brincar com os sapinhos.
Cadê o gatinho?
O gato Freddi não gosta
de ficar em casa sozinho,
ele prefere o quintal
para brincar com os sapinhos.
Cadê o gato?
Cadê o gatinho?
Achei o gatinho, meus amigos,
ele estava no meu quarto
e quebrou meu cavaquinho!!!
Cadê o gatinho?
Achei o gatinho, meus amigos,
ele estava no meu quarto
e quebrou meu cavaquinho!!!
domingo, 19 de julho de 2015
A sombra, o gato
vejo atrás dos vidros
no jardim o gato
siamês que passa
entre os girassóis
no jardim o gato
siamês que passa
entre os girassóis
na mesa da sala
há mais girassóis
num pote azul
de faiança,
há mais girassóis
num pote azul
de faiança,
às cinco da tarde
a janela,
a porta,
estão fechadas, mas
a janela,
a porta,
estão fechadas, mas
agora o gato
vai passar na penumbra,
entre os girassóis
e a parede.
vai passar na penumbra,
entre os girassóis
e a parede.
é uma sombra
rapidamente
imaginada
sobre a mesa,
rapidamente
imaginada
sobre a mesa,
que fita em ponto,
de olhos límpidos,
e percebe o jogo
de espaços e que
de olhos límpidos,
e percebe o jogo
de espaços e que
já regressou ágil
de salto felino
ao corpo do gato
repentino lá fora.
de salto felino
ao corpo do gato
repentino lá fora.
Leitura do gato
O gato
nunca é o gato
mas a ausência
domesticada
nunca é o gato
mas a ausência
domesticada
vê-se bem
felinamente
que de abstrato
só tem o dono
felinamente
que de abstrato
só tem o dono
seu fruto/furto
maduro ou podre
é o salto
maduro ou podre
é o salto
que interna-se
no próprio gato
no próprio gato
Gato
Sob as estrelas
o gato é místico.
Passeia na noite
sobre os telhados de vidro
com suas patas silenciosas
como se tivesse planos e segredos
no percurso das suas sete vidas.
O gato vagueia nos telhadoso gato é místico.
Passeia na noite
sobre os telhados de vidro
com suas patas silenciosas
como se tivesse planos e segredos
no percurso das suas sete vidas.
e no meu coração,
pousa leve em cada passo
como pássaro
conspirador
misterioso
salta por cima dos que dormem
e não sonham comigo.
Nirton Venâncio
Gatas
pelo seda, pelo duro
pelo longo, pelo curto
cortado
raspado
Peles e pelos
na almofada, no tapete
no canto, na cama
ronronam
respiram
aspiram
suspiram
felinos
felizes
Mauro Salles
A gata
O gato é todo magnético.
A própria estrutura do gato é magnética.
A maciez de seus músculos, o distender de seu corpo,
Alongando-se dentro do próprio magnetismo,
O seu repousar sem tocar o lugar onde se distende
Com o peso sem volume material, todo ele sustentado
Num suspiro de sonho;
No entanto,
Esse volume de suavidade
Aterrorisa o misterio da suposta escuridão,
Que a ausencia de olhos
Confunde a Terra
Por não poder enxergar na sua dimensão .
E no passado que é eternamente futuro,
Os sacerdotes do Antigo Egito,
Traziam num andor de prata,
A imagem bela-terrífica
De Bastet
A deusa Gata
Felinidade, é uma palavra dos mistérios
Da criação
É a agressão-doce das garras que se distendem
E seguram
Deixando à imaginação mais um dos mistérios
De Deus
Que também distendendo seu corpo para onde
Não existe,
O retém em lugar nenhum;
Essa imagem incorporea com
Cheiro de gato
E o calor doce de sua pequena boca...
A própria estrutura do gato é magnética.
A maciez de seus músculos, o distender de seu corpo,
Alongando-se dentro do próprio magnetismo,
O seu repousar sem tocar o lugar onde se distende
Com o peso sem volume material, todo ele sustentado
Num suspiro de sonho;
No entanto,
Esse volume de suavidade
Aterrorisa o misterio da suposta escuridão,
Que a ausencia de olhos
Confunde a Terra
Por não poder enxergar na sua dimensão .
E no passado que é eternamente futuro,
Os sacerdotes do Antigo Egito,
Traziam num andor de prata,
A imagem bela-terrífica
De Bastet
A deusa Gata
Felinidade, é uma palavra dos mistérios
Da criação
É a agressão-doce das garras que se distendem
E seguram
Deixando à imaginação mais um dos mistérios
De Deus
Que também distendendo seu corpo para onde
Não existe,
O retém em lugar nenhum;
Essa imagem incorporea com
Cheiro de gato
E o calor doce de sua pequena boca...
O ronron do gatinho
O gato é uma maquininha
que a natureza inventou;
tem pêlo, bigode, unhas
e dentro tem um motor.
que a natureza inventou;
tem pêlo, bigode, unhas
e dentro tem um motor.
Mas um motor diferente
desses que tem nos bonecos
porque o motor do gato
não é um motor elétrico.
desses que tem nos bonecos
porque o motor do gato
não é um motor elétrico.
É um motor afetivo
que bate em seu coração
por isso faz ronron
para mostrar gratidão.
que bate em seu coração
por isso faz ronron
para mostrar gratidão.
No passado se dizia
que esse ronron tão doce
era causa de alergia
pra quem sofria de tosse.
que esse ronron tão doce
era causa de alergia
pra quem sofria de tosse.
Tudo bobagem, despeito,
calúnias contra o bichinho:
esse ronron em seu peito
não é doença - é carinho.
calúnias contra o bichinho:
esse ronron em seu peito
não é doença - é carinho.
O gato
O gato é secreto.
Tece com calma o mistério do mundo.
Tece com calma o mistério do mundo.
O gato é elétrico.
Pura energia a percorrer a espinha.
Pura energia a percorrer a espinha.
O gato é orgulho.
Sem humildade, jamais se entrega.
Sem humildade, jamais se entrega.
O gato é desejo.
Atração pela lua e telhados.
Atração pela lua e telhados.
O gato é sagrado.
Olho no olho que brilha.
Olho no olho que brilha.
Um susto.
Parece que vemos Deus.
Donizete Galvão
Parece que vemos Deus.
O gato
— pupilas de ladrão —
imprime no escuro
pegadas de algodão
tangenciando casas
dopadas de sonhar
os bigodes do gato
espetam o luar
dopadas de sonhar
os bigodes do gato
espetam o luar
o felino
procura mais
do que sardinhas
nas rondas animais:
talvez
respirar os segredos
que a noite oculta
atrás de seus dedos
respirar os segredos
que a noite oculta
atrás de seus dedos
talvez
o sentido da vida
que move seus gestos
à dúctil saída
o sentido da vida
que move seus gestos
à dúctil saída
o gato
e seus rastros
espera amanhecer
para conter os astros
Gato
Dois sentidos o protegem:
seus ouvidos de radar,
seus olhos de escuridão.
O mundo é uma passarela
e uma guerra provocada.
Incapaz de cativeiro,
a elegância natural
repele doma e domínio.
Preceitos: a liberdade
e um amor insubornável.
Com sete vidas o gato
confirma a ressurreição.
Cada vez que morre,o gato
vira tigre, mais selvagem.
seus ouvidos de radar,
seus olhos de escuridão.
O mundo é uma passarela
e uma guerra provocada.
Incapaz de cativeiro,
a elegância natural
repele doma e domínio.
Preceitos: a liberdade
e um amor insubornável.
Com sete vidas o gato
confirma a ressurreição.
Cada vez que morre,o gato
vira tigre, mais selvagem.
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