domingo, 6 de janeiro de 2013

Os Gatos




Os amantes a arder, os sábios solitários
Amam de modo igual ena idades graves,
Este orgulho da casa, os fortes gatos suaves,
Pois, bem como eles, são frios e sendentários.

Amigos da volúpia e amigos da ciência,
Buscam a calma e o horror das trevas mais cruéis;
O Érebo os suporia seus fatais corcéis,
Se pudessem mudar orgulho em obediência.

E tomam a sonhas as nobres atitudes
De enorme esfinge a olhar além das soliltudes,
A adormecer num sonho e que jamais termina;

Os seus fecundos rins tem mágicas cintilas,
E partículas de ouro, como areia fina,
Estrelam vagamente as místicas pupilas.


Charles Baudelaire
Tradução de Jamil Almansur Haddad

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